ABCZ implanta novo sistema de classificação pelo PMGZ
Objetivo é ampliar o número de animais agrupados no topo da pirâmide genética
ABCZ implanta novo sistema de classificação pelo PMGZ

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) alterou o sistema usado para a classificação do gado de corte pelo Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ). A mudança foi implantada neste ano e a partir de agora, depois de feitas as avaliações genéticas, os animais passam a ser agrupados pelo modelo “DECA”, anteriormente era seguido o método “TOP”. O novo procedimento possibilita aumentar o número de animais classificados na elite genética.

Até 2018, os animais eram classificados de 1 a 99%, agora serão agrupados de 1 a 10. Por exemplo, se usarmos o número de 1000 exemplares, anteriormente o grupo eleito a pertencer ao top 1% seria composto por um universo de apenas 10 zebuínos, agora, a elite (Deca 1) contará com 100 bovinos. 

De acordo com Luis Josahkian, superintendente técnico da ABCZ, o principal objetivo da nova medida é estimular os criadores que utilizam o banco de dados do PMGZ a buscarem um leque maior de possibilidades na hora de definir os cruzamentos a cada temporada da estação de monta. “Antes tínhamos a segmentação dos animais classificados em um pequeno grupo com o melhor conjunto de avaliação, agora, sob a mesma qualidade, mais animais serão colocados no mesmo nível, agrupando os exemplares numa classe maior. Dessa forma, é possível ampliar as opções de linhagens e resgatar algumas alternativas genéticas que não estavam sendo utilizadas porque não atingiam os pontos do seleto grupo de 1%”, afirmou Josahkian.

O PMGZ é desenvolvido pela ABCZ e contempla todas as raças zebuínas. O programa é conduzido em várias etapas: coleta de dados, processamento das avaliações genéticas, divulgação e orientação sobre o uso dos resultados. Os dados obtidos, sejam eles de genealogia ou desempenho, são supervisionados por um rigoroso corpo técnico de campo. Buscando a credibilidade do processo, essas informações passam por validação na sede da ABCZ, em Uberaba (MG), e pelos 18 escritórios regionais distribuídos por todo o Brasil.

As avaliações para a classificação genética dos zebuínos são feitas em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e divulgadas semestralmente. A primeira publicação de 2019 será feita agora em fevereiro e a segunda em agosto, durante a Expogenética.

Segundo a ABCZ, o banco de dados de gado de corte do PMGZ conta com aproximadamente 13 milhões de animais avaliados, entre as 7 raças zebuínas. Desse volume, cerca de 10 milhões são pertencentes ao Nelore.

Por Flávia Macedo | Canal Rural
Foto: José Maria Matos